Por Renato Uchôa
(Educador)
Gramsci, pensador Italiano, afirmou: "Cada
grupo social, nascendo no terreno originário de uma função essencial no mundo
da produção econômica, cria para si, ao mesmo tempo, de um modo orgânico, uma
ou mais camadas de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da
própria função, não apenas no campo econômico, mas no social e no
político".
Assim, os intelectuais, desempenham um papel na
organização da superestrutura jurídica, política e ideológica, articulando-os
com a estrutura produtiva em função dos interesses de uma classe ou fração de
classe. O que a história mudou neste sentido? Pouco, quase nada. O que define o
intelectual não é sua origem de classe. Nem todos os originados das camadas
dirigentes da sociedade, vivem noite e dia para massacrar os trabalhadores,
vários se colocaram na defesa dos interesses das camadas subalternas, inclusive
deram a vida.
Da mesma forma, inúmeros intelectuais nascidos nas
camadas subalternas, através do transformismo, são cooptados para defender o
projeto da classe dominante. Outros permanecem fiéis à sua origem. A camada
dirigente forma o seu bloco histórico e através da força ou do consenso, se
perpetua no poder impondo os seus interesses, o que envolve o controle de
determinadas instituições, veiculadoras de um determinado modo de vida. A
escola, igreja, imprensa, os sindicatos, são alguns exemplos de organismos
estratégicos situados na sociedade civil.
Na sociedade política: polícia, exército,
tribunais, se constituem em aparelhos repressivos do Estado. Na concepção de
Althusser, intelectual Frances, o que não se diferencia da visão Gramsciana, na
sociedade política, estão os guardiões da ordem dominante. O intelectual, para
Gramsci, todo mundo o é, letrado ou não, se define pelo projeto que defende, em
função das camadas dirigentes ou subalternas. É orgânico em face dos interesses
de conservar as estruturas de dominação, opressão, ou de libertação das camadas
subalternas.
Vez por outra alguém se refere no que diz respeito
às pessoas "iletradas": "Um analfabeto não tem discernimento nem
para trabalhar com a limpeza das unidades de saúde, pois tal exige o
conhecimento de técnicas e a leitura de instruções com vistas à preservação da
higiene, saúde no trabalho, sob pena de contaminação generalizada". Em
sendo assim, milhões de brasileiros estão fora de qualquer possibilidade de
serem cidadãos. Muito mais. O fato é que todos nós, letrados ou não, somos
intelectuais no sentido de Gramsci. Realizamos todos os dias atividades que
exigem raciocínios. Nem todos nós exercemos a função de intelectuais, apesar de
sermos.
A humanidade é produto do suor de milhões de
iletrados em proveito da classe dirigente, que pode ocupar os melhores
empregos, vender o país para as empresas estrangeiras, desviar milhões de reais
do Estado, crimes inomináveis, quase todos com cursos superiores, mestrados,
doutorados e concursados.
Fernando Henrique Cardoso ( intelectual orgânico
das camadas dominantes) é um “Deles”, golpista em plena degeneração intelectual,
e quer repetir a dose: vender novamente o país a preço de banana. Quebrou o
Brasil por três vezes, matou milhões de fome, não construiu uma universidade,
inimigo do ensino técnico, perseguidor de aposentados... Golpista completo, e envergonha
Dona Ruth Cardoso na cova. A inveja que nutre todos os seus passos contra Lula,
um exemplo de intelectual orgânico das camadas subalternas, é visível e
repudiado. Um fracasso que perdurará por gerações.
Acredita que só as camadas subalternas da
sociedade, não só através de concursos, podem democratizá-la; que todos somos
políticos, quando fingimos que não ou ao assumirmos. Acredita e afirma sem
meias palavras, FHC é golpista e não vale o peido de uma gata.
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