Por Francisco Costa
Vi e revi, seguidas vezes, o
vídeo em que um demente ficou a dois metros da presidente da república,
agredindo-a, aos berros: comunista, terrorista, ladra...O moço já está
devidamente identificado: um neofascista do bando de Bolsonaro, que começou
agredindo homossexuais e negros pobres, nas saídas dos bailes funks da
periferia, e está se espalhando pelo Brasil todo. É sustentado pela família, já
que não tem ocupação, sendo dizimista do grupo Revoltados On Line e do
astrólogo Olavo de Carvalho (sim, há isso. Depois dos pastores do
pentecostalismo, os pastores do fascismo). É defensor de um golpe militar, como
o seu mestre e guru. Mora em San Francisco. Algumas perguntas têm que ser
respondidas e ainda não foram: 1) Todos os membros da comitiva tinham crachás
de identificação. No vídeo não dá para perceber se o moço portava crachá ou
não, e se portava, quem o deu, a título de quê? Se não portava, como conseguiu
burlar os seguranças norte-americanos e brasileiros? 2) Como era uma cerimônia
solene, todos os homens estavam de terno ou pelo menos camisa social. Como é
que um sujeito trajando blusão de mangas curtas e de boné (em ambiente fechado
e coberto, o que mostra que nem educação tem) passou despercebido? 3) Quando os
insultos começaram, podemos acreditar que os americanos não entenderam, mas e
os seguranças brasileiros? Porque não mandaram que ele se calasse e, não
calando, não deram voz de prisão? 4) Quando ele esteve a dois metros da
presidente, visivelmente desequilibrado, ofendendo-a, porque os seguranças não
agiram como é de praxe em todos os serviços de segurança do mundo: cercaram-na,
para protegê-la de um tiro, uma facada, um soco? 5) Porque tanta passividade
dos seguranças brasileiros, sob os olhares dos seguranças norte americanos,
tentando entender o que estava acontecendo? Porque tanta tranquilidade, sem
nenhum gesto ou expressão de estarem surpreendidos, como se esperassem por
aquilo? 6) Porque isso não aconteceu em situações anteriores, quando Dilma se
encontrou com Bill Clinton, com Henry Kissinger, Barak Obama (em diveras
vezes), mas justo numa solenidade com Condoleezza Rice, ligada a George W.
Bush, o mais radical, conservador e sanguinário presidente dos últimos tempos,
da qual foi secretária e hoje defende os interesses da CHEVRON, o gigante do
petróleo norte americano, que tem em José Serra o seu representante no Brasil?
Rice é uma das maiores interessadas na queda de Dilma, na mudança de rumos na política
nacionalista brasileira. Por ordem do Ministro da Defesa, o Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) vai mudar todos os agentes, o que diz muito sobre
o fato. Fosse só erro operacional, negligência, não chegaria a tanto. Mas não
basta. Há que se abrir um inquérito e apurar o que houve, há que se ouvir os
seguranças, há que se ouvir esse moleque. Não acredito que um moleque vá viajar
centenas de quilômetros, como ele admitiu em postagens, se arriscar a uma
cadeia, senão à morte (bastaria um gesto brusco para que um segurança
entendesse como atentado e atirasse), só para virar herói de coxinhas no
Facebook, ainda que drogado, como parecia estar, pela falta de brilho nos olhos
e a voz embargada. Isso foi tramado no Brasil e com gente graúda por trás. De
bobo eu só tenho a cara.
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