quinta-feira, 11 de junho de 2015

Muié forte, sim senhor!


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Por Aldenôra Moraes

Respeitamos todas as naturalidades e regionalidades brasileiras, porém, somos nordestinas sim senhor! Somos rendeiras, cabeleiras, lavadeiras, arrumadeiras, pedreiras, curandeiras, parteiras, parideiras enfim, somos "pau pra toda obra", como se diz por aqui. Construímos casebres, casas, prédios, igrejas, museus...Desde as paredes, assoalhos, telhados, paióis, porões e sótãos, do mais rústico ao mais sofisticado. Seja com palha, barro, tijolo, pedra, areia, cimento, sempre com uma grande pitada de capricho e sentimento. Além disso, também somos professoras, advogadas, engenheiras, arquitetas, psicólogas, pedagogas e médicas, literal ou empiricamente; desde que precisamos recorrer aos conhecimentos adquiridos no final de cada dia, sentados ao redor de nossas mães, avós, bisavós. Sentadas em cadeiras-preguiçosas, nos contando estórias de Trancoso para nos divertir. Ensinando-nos sobre o uso medicinal das plantas, na prevenção e cura de doenças ou, no tear trocando os alfinetes de forma organizada, atenta e precisa. Para com alegria admirar lindas peças para embelezar pessoas. Ou para enfeitar lares. De qualquer forma, ajudando a prover o sustento da família. Foi com elas: bisavós, avós e mães - que aprendemos como fazer e para que servem os chás, escalda-pés, unguentos, purgantes, garrafadas, etc. Aperfeiçoamo-nos na engenharia, arquitetura, pedagogia e psicologia, desde que ingressamos na arte de gerar nossas próprias crias. Ou, criar as de outras mulheres que, por outros motivos, não puderam fazê-lo. Nessa condição, nos predispusemos a trabalhar incansavelmente, para ver cada uma delas, transformadas em homens ou mulheres, com caráter, personalidade, ética, probidade, lisura, moral e justiça. Fazendo das tripas coração, para ajudar cada um e cada uma, a descobrir, compreender e realizar seus sonhos ou, diante da impossibilidade no cumprimento dessa tarefa, aliviar seus pesadelos, frustrações e decepções. Assim como, arquitetar mil e uma peripécias, para mostra-lhes da forma menos dolorosa possível, como enfrentar obstáculos de cabeça erguida, vencendo-os ou, caindo e levantando-se conforme a realidade exigisse. Nossa história é permeada de muitas e significativas vitórias, também de algumas derrotas, porque estas, a vida nos impõe como absolutamente necessárias e imperativas ao nosso crescimento e fortalecimento. Tal qual às lagartas, para que ao saírem do casulo, na condição de borboletas possam voar bem alto e, lindamente, abrilhantar a festa que a Majestade Natureza, preparou para homenageá-las, em sinal de reconhecimento, agradecimento e amor.

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