Francisco Costa
Não vou tratá-lo por senhor porque as minhas deferências nesse sentido
respeitam parâmetros bastante precisos, onde não cabem os manipuladores, os
falsários da comunicação, os enganadores de ingênuos, os gigolôs da indigência
mental.Não vejo o seu programa, tenho o estômago sensível à mediocridade, mas
hoje, enquanto aguardava o Jornal da Band, assisti aos últimos minutos, antes
que você educadamente se despedisse do seu público: "estou de saco
cheio!" A primeira coisa que me saltou aos olhos foi a sua maneira
caricata, postiça, de comentar, ora se mostrando indignado, ora descontraído,
com limites pouco determinados entre uma postura e outra, porque artificiais,
despidas de emoções e sentimentos, mostrando mera técnica desenvolvida. Depois
o tratamento dado aos seus telespectadores, ferindo os princípios elementares
da pedagogia, tratando-os como crianças ou adultos retardados, débeis mentais,
manipuláveis por quem lhes fala uma prática condenada em qualquer curso
formador de professores e comunicadores em geral. Se isto irrita a quem tenha
nível razoável de informações, irrita muito mais a sua má fé no tratamento do
que informa, e darei um exemplo específico, o que vi/ouvi hoje. Você se
manifestou contra os constantes apagões paulistas, "sentando o
cacete" (termos usados por você) na Eletropaulo, concessionária de energia
elétrica na cidade de São Paulo, referindo-se a situação acontecida em hospital
público, que não percebi (não ouvi) se estadual ou municipal, descrevendo de
maneira teatral a necessidade de fazer a aeração mecânica, nos bebês
internados, com as mãos, por causa da ausência de energia. Até aí, as críticas
só a toda a encenação, fazendo eixo do programa não a notícia, mas o
apresentador. De repente, aliviando o governo tucano de São Paulo, responsável
pela Eletropaulo, você começou a criticar o país como um todo, chamando todo
mundo de ladrão, citando a Copa do Mundo, onde "roubaram muito dinheiro” (sic),
embolando com o jogo da Alemanha, momento traumático para o torcedor
brasileiro, semeando a insatisfação de maneira generalizada e transferindo de
São Paulo para Brasília. Por fim,
de uma maneira cínica, covarde, mostrando a sua cara tucano-golpista, de
maneira machista, afirmou que este país está precisando de "alguém que
tenha saco" (sic), fazendo o sinal característico da expressão, saindo
intempestivamente, quando afirmou que "estou de saco cheio",
terminando o programa, covardemente deixando a indignação e a raiva nos
corações dos seus telespectadores, dirigidos a pessoas que nada têm a ver com a
incompetência e a roubalheira em São Paulo, das quais você é cúmplice, por dar-lhe,
no mínimo, apoio e sustentação política. Você é o político conservador típico,
o que manobra, usa, dispõe das pessoas em proveito próprio, para levar
vantagens, sejam pecuniárias ou políticas, com um mínimo de escrúpulos, fazendo
disso profissão. Perdoe-me as palavras duras, mas pelo que assisti muito mais
duras são as consequências da sua presença na tevê, navegando na alienação e na
baixa escolaridade do povo brasileiro, o que, convenhamos, não é honesto. Como faço com todas as cartas abertas que digito, estou postando também em sua
página, para que você tome conhecimento e exerça o seu legítimo direito de
defesa, se o quiser. Boa noite
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