terça-feira, 12 de abril de 2016

ESTAÇÃO MARINA. UM TREM PARA O ATRASO



                                             

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Por Renato Uchôa ( Educador )
Por Ana Paula Romão ( Educadora)

Convenhamos. Quem defende os torturadores e, portanto, o crime hediondo da tortura, não tem condições morais e éticas para governar o Brasil. Momento de covardia e bestialidade que dilacerou o corpo e a alma de milhares de brasileiros. E de americanos do sul. Inclusive da estudante Dilma Rousseff, barbaramente torturada. Hoje nos orgulha como presidenta do Brasil. A juventude Samsung 5 de hoje teria calafrios. Em sonhar. Por mais de duas décadas de regime ditatorial praticaram crimes inomináveis. 
No Cone Sul a organização dos esquadrões da morte institucionalizados transitou por dentro da Operação Condor, criada em 1975, em Santiago-Chile. Talvez a maior organização terrorista da história. Imagine a dificuldade de se enfrentar o regime com um Acordo da Morte feito entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, melhor dizendo, entre os traidores civis e fardados, sob a tutela americana. Para aprofundar o processo de destruição das instituições democráticas. Caçar, prender torturar, matar e esconder os corpos. Gangues fardadas que encurralaram, inclusive, as forças armadas que, na totalidade, não concordaram com as atrocidades e violações dos direitos humanos. Vários militares trucidados, também perseguidos. 
Alguns meliantes remanescentes ainda arrotam arrogância fora ou no Congresso Nacional, como o repugnante Bolsonaro. E estão na linha de frente da Gangue a favor do Impeachment da presidenta Dilma. Deliciam-se com as violações praticadas. Vários corpos ainda desaparecidos. Sem cruz. As Comissões da Verdade têm se aproximado (dela). São Relatórios Importantes sobre o período mais sombrio da história do país. O retorno a um mundo de humilhações, torturas, mas de esperança pela justiça. São vozes dos torturados vivos. Dos parentes dos mortos que, pela primeira vez, podem ser ouvidos. 
Tombados pelas impunidades. Pelo esquecimento. E, agora, aliviados. Querem como indenização, ao menos, uma Nova História no Brasil. Sede de justiça. Possibilitada pelo Projeto Direito à Memória e à Verdade, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), a Comissão da Anistia. Todos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Visam revelar as memórias subterrâneas. Nossa solidariedade à coragem daqueles que foram às audiências. Os perseguidos até hoje. Ameaçados por décadas para não abrirem a boca. O espectro das botas de marcha ré impunha o silêncio como tortura contínua. As narrativas anunciam e identifica o aparelho repressivo, a localização dos restos mortais. A responsabilidade do estado, durante o regime militar. A mordaça dos governos posteriores.  
A geração torturada pode finalmente soltar o último grito. De liberdade. Uma geração de criatividade e luta duramente aniquilada, outras mais. E abandonada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010, no julgamento da ADPF 153/DF. Alguns que pensam como Marina. São “notáveis”. No duplo sentido, da aparência do domínio da lei e da própria frouxidão e covardia.  Eram, alguns, ainda ministros e continuam deixando solta a escória perfumada: Eros Grau, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carmem Lúcia, Ellen Gracie, Marco Aurélio, Cezar Peluso votaram contra a punição, a favor da Lei da Anistia 6.683/79 continuar abrigando os torturadores do aparelho policial-militar. Votaram pelo obscurantismo, pela tortura como método válido de interrogatório. 
Ponto final. Prender ao arrepio da lei, torturar, matar, esconder os corpos. Foi assim que eles se comportaram no momento de avançar como o fizeram os juízes de inúmeros países vizinhos. Deram exemplo na punição da milícia criminosa, covarde, que empestou a América do Sul por décadas. Nenhum sentimento de covardia, longe dos que tiveram os ministros citados. O medo foi proporcionalmente equivalente ao grau de bestialidade dos criminosos do aparelho de estado. Ayres Britto e Ricardo Lewandowski não. Vale o registro pra história, se posicionaram a favor da punição dos criminosos a serviço da ditadura. 
Caçar, prender, torturar e matar foi um empreendimento empresarial. Várias empresas deram suporte, Toshiba, Brastemp, Ford e Mercedes Benz, Volkswagen, Globo, Folha de São Paulo... Inúmeras brasileiras. A Folha de São Paulo e os dejetos da imprensa podre e corrompida que lambeu as botas dos generais se destacam agora no Golpe contra a democracia.  A língua é dura. É resistente, tem a consistência da do boi. Continua lambendo os pés das camadas dominantes. Contra o país, e o povo brasileiro. 
A nossa Estação é diferente da de Marina. A dela (tem o luxo do Itaú e o cheiro da Natura) reúne o que existe de mais reacionário, obscuro, preconceituoso e excludente da sociedade brasileira. De torturador a banqueiro, dos que querem novamente transformar o país em ruínas. A nossa Estação é a de Dilma, o nosso Trem é o da Esperança. E nele vêm 35 milhões que saíram da situação de pobreza absoluta, 10 milhões de estudantes no Pronatec, milhões de famílias na Bolsa Família, milhões de estudantes no ProUni, milhões de estudantes no  Ensino Técnico, milhões de camponeses que tiveram acesso à terra, milhões de trabalhadores(as) empregados, 25% dos royalties destinados à saúde, 10% do PIB pra educação, royalties do petróleo para a educação. Cotas, Minha casa, Minha Vida, Rede Cegonha, Brasil sem Miséria, Programa de Aceleração do Crescimento, Pré-Sal, Brasil Carinhoso, Mais Médicos, modernização dos aeroportos, rodovias, ferrovias, mobilidade urbana e milhares de obras de norte a sul, leste a oeste. 
É o trem da dignidade, não deixem que entre nele uma parte de “aliados travestidos”. E tem parada marcada contra o Golpe no Congresso em 17 de abril. Em todo o Brasil. Vai pegar o trem, Mané, ou ficar aí deitado?

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