quinta-feira, 28 de maio de 2015

BEM VINDOS AO PASSADO

                                               
                                                                         

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Por Francisco Costa
Tivemos ontem, na Câmara dos Deputados, mais uma derrota. Quando falo nós não me refiro aos petistas ou à esquerda, mas a todo o povo brasileiro, que aceleradamente vai recuando no tempo, retornando ao antes. Do episódio de ontem duas coisas a deduzir.A primeira é que a matéria tendo sido rejeitada, deveria ir para a lixeira da história  parlamentar brasileira, mas graças a mais uma manobra de Eduardo Cunha que, pela maneira como vem se conduzindo, se tornou o proprietário do parlamento brasileiro. Manobrando com o regimento interno da casa, quando o leva em consideração, graças a uma emenda do deputado Celso Russomano, recolocou em pauta o rejeitado, logrando aprová-lo. A segunda é que qualquer projeto de lei ou outra matéria, antes de ser aprovado, passa por comissões, onde o texto é analisado e modificado ou não, aprovado e com redação final, entra na pauta de discussões, onde as bancadas de cada partido discutem e se posicionam, fechando questão ou não. Discutido nos partidos, vai a plenário, onde novamente é discutido, agora entre partidos, através do posicionamento dos oradores, e só então se vota, após ter se formado convicções. E uma pergunta óbvia: depois de todo esse trâmite como é que um deputado muda de posição em vinte e quatro horas, votando a favor do que veementemente rejeitou na véspera? A dedução é óbvia: O PARLAMENTO BRASILEIRO VIROU UMA GRANDE CASA DE NEGÓCIOS, ONDE SE TRAFICA VOTOS, A PARTIR DE UMA QUADRILHA LIDERADA POR EDUARDO CUNHA. Só propinas seriam capazes de justificar mudanças de posição tão bruscas, rápidas e radicais. Se olharmos os passos que vêm sendo dados por Eduardo Cunha e sua gente, de maneira isolada: terceirização da mão de obra, distritão (que não duvido volte à discussão), financiamento empresarial de campanha, concluiremos que são medidas conservadoras, primárias, medievalescas, com cara de domínio de classe, fundamentalismo, retrocesso. Mas se juntamos tudo, o quadro é aterrador: há em curso um projeto de privatização da nação brasileira, em moldes que nem mesmo FHC ousou. À tarde concluo o assunto, que merece muita discussão.

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