Por Renato Uchoa (Educador)
Robert
Johnson, músico americano do Mississipi, morreu aos 27 anos. Teria feito um
pacto com o demônio. Tornar-se o grande guitarrista genial que foi. Uma lenda
do blues. O encontro foi na encruzilhada das rodovias 61 e 49, em Clarksdale,
Mississipi. Uns tantos, a maternidade do blues. À meia noite... Nem todos os
gatos são pardos. E nem os ratos. Pela metade, uma garrafa de whisky, mãos
cortadas, cordas gastas e envelhecidas da Dobro
1927.Esperando há décadas para soltar os gritos de revolta e indignação, por
séculos da escravidão imposta e da segregação a ser quebrada e abolida. A bem
da verdade (blues) se originou em outras terras, além do mar. Povos caçados,
acorrentados e trazidos para trabalhar como escravos nas grandes plantações do
sul (algodão, tabaco e milho) na Louisiana , Geórgia , Alabama e outros cantos.
O blues e a voz que não deixou apodrecer a liberdade perdida e a conquistar,
vem junto em 1619 com os povos escravizados da África. Instalado e entalado na
garganta; pela saudade da terra, supressão da liberdade. Guitarra afinada,
Johnson tocava de costas para o público. Escondendo o “olhar do diabo” na ajuda
das "notas". Ninguém perceber. Alguns afirmam que as canções Cross
roads Blues, Me and the Devil Blues são provas do acordo. E não aplicaram a Teoria
do Domínio de Fato. Por não existir. Utilizaram a do “Domínio do Diabo”. Não se
sabe se Joaquim gosta de blues ou de Zumbir dos Palmares. Deve curtir Lobão,
que agora é da banda. Algumas coincidências, não nas contribuições e
importância de cada um: Johnson continuará a ser lembrado e reverenciado como
um dos mais importantes da música americana. A cidade de Clarksdale também. São
milhares do mundo inteiro em direção a encruzilhada. Joaquim trabalha e sonha
na outra: Praça dos Três Poderes. É lá que se encontram representadas as
camadas dominantes mais retrógadas e reacionárias das Américas. É com elas que
Joaquim fez o pacto. Rasgou a Constituição para condenar sem provas. Joaquim
começa por J, mas nunca será Johnson. Joaquim no Supremo de costas para a
Constituição esconde provas: auditorias, laudos e as “notas” da utilização das
verbas privadas da Visanet. Joaquim será muito lembrado agora e pelas novas
gerações, como o presidente da mais alta Corte de Justiça do país, em pleno
regime democrático, que quebrou a legalidade constitucional. Joaquim fez um
acordo com os setores mais reacionários das camadas dominantes para destruir o
PT. Não foi no Mississipi ao som do blues. Provavelmente em Brasília, à meia
noite. E na encruzilhada dos Três Poderes, nós que defendemos a liberdade, ao
som do blues, a legalidade vai prevalecer no Supremo. A sociedade brasileira
vai aguentar as ponta, a democracia agradece.
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