terça-feira, 31 de março de 2015

O SUPREMO NA ENCRUZILHADA AO SOM DO BLUES. LADO B




Por Renato Uchôa (Educador)

   Robert Johnson, músico americano do Mississipi, morreu aos 27 anos. Teria feito um pacto com o demônio. Tornar-se o grande guitarrista genial que foi. Uma lenda do blues. O encontro foi na encruzilhada das rodovias 61 e 49, em Clarksdale, Mississipi. Uns tantos, a maternidade do blues. À meia noite... Nem todos os gatos são pardos. E nem os ratos. Pela metade, uma garrafa de whisky, mãos cortadas, cordas gastas e envelhecidas da Dobro 1927. Esperando há décadas para soltar os gritos de revolta e indignação. Por séculos da escravidão imposta e da segregação a ser quebrada e abolida. Na verdade, o blues se originou em outras terras, além do mar. Povo caçado, acorrentado e trazido para trabalhar como escravo nas grandes plantações (algodão, tabaco e milho) do sul, a partir de 1619. Louisiana, Geórgia, Alabama e outros cantos, e deles os cânticos nostálgicos. 
  O blues é a voz que não deixou apodrecer a liberdade perdida e a conquistar. Vem junto com os povos escravizados da África. Instalado e entalado na garganta; saudade da terra, pela supressão da liberdade e a tortura física. Guitarra afinada, Johnson tocava de costas para o público. Escondendo o “olhar do diabo” na ajuda das "notas". Ninguém perceber. 
  Alguns afirmam que as canções Cross roads Blues, Me and the Devil Blues são provas do acordo. E não aplicaram a Teoria do Domínio de Fato. Por não existir. Utilizaram a do “Domínio do Diabo”. Não se sabe se Joaquim gosta de blues, Don José Maria Pires, de Zumbi dos Palmares. Não se sabe se conhece Pedro Osmar, Jackson do Pandeiro, Jaiel de Assis, Paulo Ró, Dida Fialho, Livardo Alves, Cátia de França, Mozart, Bráulio Tavares, Chico Cézar, Nino, Ivan Santos, Glorinha, Chico Viola e tantos outros, que nós outros aprendemos a amar na Paraíba.Nem muito menos, que as camadas dominantes assassinaram Margarida Alves, Nêgo Fuba, Pedro Fazendeiro, João Pedro Teixeira. Vítimas do latifúndio. 
  Não se sabe se conhece Adailton, Adeildo Vieira, Adelaide Dias, Adenildo, Afonso Abreu, Agamenon Vieira, Agassis Almeida, Alberione (Escola Técnica), Alberto Magno, Alberto Nunes, Alcides médico, Aldemir de Melo, Alder Júlio, Alexandre Guedes, Almir do Maranhão, Almir Nóbrega, Américo Gomes, Ana Bandeira, Ana Paula Romão, Anchieta, Ângela Arruda, Anísio Maia, Antônio Arroxelas, Antônio Arruda, Antônio Barbosa, Antônio Caboclo, Antonio Cadaço, Antônio Vasconcelos, Aparecida Diniz, Aparecida Ramos, Arnaldo Chain, Assis Almeida, Avenzoar Arruda, Benjamim, Beethoven Nóbrega, Bernado Alem, Beto Quirino, Binha, Biu do Lyceu, Bouquinha, Cardoso, Carlos Alberto, Carlos Aranha, Carlos Belarmino, Carlos Henriques, Carlos Rocha, Cecato, Célia, Chicão de Bodocongó, Chico Anísio, Chico Gato, Chico Lopes, Chico Pinto.   Cláudio de Patos, Cláudio, Cleonice Lopes, Clodoaldo, Conceição, Creuza Araújo, Cristiano Machado, Cristiano Zenaide, Cristina, Cunha, Dalton da CS, Damião Lucena, Darlene, David Coelho, Dé da CUT, Décio Alcântara, Derly Pereira, Dôra Limeira, Douraci Vieira, Éder Dantas, Edgar Malagodi, Edilson Amorim, Edinaldo Barbosa, Edivaldo Careca, Edivaldo Rosas, Ednaldo Alves, Ednaldo Barros, Ednaldo Fontes, Ednalva Bezerra.    Ednamay Cirilo, Edmundo Fontes, Edson Weber, Eduardo Loureiro, Edvam Silva, Elaine, Eleonai Gomes, Eliane Camboim, Eliane Melo, Elisa Mineiro, Enildo Paixão, Eunice, Evandro da CS, Everaldo Vasconcelos, Expedito da Silva, Fátima Cantalice, Fátima Cartaxo, Fátima Pessoa,.
  Fernanda Benvenuty, Fernando Abath,  Fernando Enéas, Fernando Lopes, Flávio Moraes, Florindo Villa-Alvarez, Frances Zenaide, Francisco Foot, Fred Svedeson, Fred do PT, Freud Romão, Galdino Toscano, Galinha Preta, Genário Macolino, Geraldo Diniz, Geraldão da CUT.
  Geraldinho da CUT, Giovani, Giovanny Lima, Gisele, Glória Rabay, Graça Barreto, Graziela de Oliveira, Greg Zueira, Guilhermina, Guimarães.
  Héliton de Santana, Heriberto Coelho,Hilton,Hosana Campos, Idalmo da Silva, Ignez Navarro, Ilka Helena, Inaldo, Iranir Medeiros, Iremar Matias, Irene Marinheiro, Irlândio Ribeiro,Isa Arroxelas, Isabel Lucena,  Ivaldo Gomes,  Iverson Carneiro, Ivo Ribeiro, Jacira, Jaêmio Carneiro, Jaldes Menezes,Jandira Pacheco, Joab, Joais,  Joana Neves, Joana, João Balula, João Calistrato, João Costa, João de Deus, João Grandão, João Lucena, João Manoel de Carvalho, João Pinto, João Vanildo, Joaquim Alencar, Joaquim Cavalcante, Jorge, Jorge Cordeiro (Bakana), Jório Machado,  Josafá de Orós, Josafá Laurindo,José Alberto, José Alves, José Calistrato, José Cláudio, José Emilson, José Maria Gurgel, José Neto.   Josenildo Diniz, Josenilton Feitosa, Josildo Diniz, Júlio Rafael, Jussara, Karine, Lau Siqueira, Laurecy Pena, Lavinha, Leônia Gomes, Letícia Braga, Lindalva Sarmento, Lindalva, Lindemberg Medeiros, Lourdes Bandeira, Lourdes Sarmento, Lúcia Guerra, Lúcia Palhano, Luciano Bezerra, Lúcio Flávio, Lúcio Lins, Lucrécio, Luís Silva, Luiz Henrique,  Luiz Junior, Luizito Rodrigues, Lurdinha, Luzenira Linhares, Malaquias Batista, Manoel de Patos, Marcos Licença, Marcos Luiz, Marcos Meireles, Maria do Céu. Maria da Guia, Maria da Paz, Maria José, Mário Gomes, Marluce, Marquinho, Milton Ataíde, Milton Dornellas, Mário Sérgio, Nazaré Zenaide, Nerise, Nice, Niete,Nonato Guedes, Oduvaldo Batista, Olivam, Pastorinha, Paula Frassinete, Paulo Afonso, Paulo Coelho,  Paulo de Tasso, Paulo Tavares da Ampep, Paulo Xavier, Pe José Comblin,  Pedro Gomes, Penha Silva, Peninha,  Peter Kromschek, Políbio Alves, Rama Dantas, Regina, Regininha, Régis da banca,Régis Soares, Rejane Pordeus,Renê, Renô Macaúba,Ribamar Ribeiro,Ricardo Anísio.   Ricardo Brindeiro, Ricardo Pordeus, Roberto Donato, Romero Antonio, Rômulo Polari, Ronaldo Barbosa, Ronaldo Rocha, Rosa Godoy, Rubens Pinto,  Rui  Pordeus, Sales, Sandrinha, Secundino, Sérgio Botelho, Severina Ilza, Sílvio Frank Alem, Silvio Osias, Simão Almeida, Simone Barroca, Simone Lima, Sílvia Patriota, Sizenando, Socorro Bezerra, Socorro Borges, Socorro Nunes, Socorro Ramalho, Socorro Rosa, Socorro Silva, Socorro Pimentel, Socorrinha, Soia Lira, Solange Cavalcante, Sônia Lima, Tânia, Tânia Brito, Teixerinha, Tek,Tereza Gally, Teresa Cristina, Titi Gadelha, Toinho, Tutu de Carvalho, Valquíria Alencar. Valter Aguiar, Valter Dantas, Valter Luciano (Lyceu), Vanderlei Amado, Aurélio Aquino, Vander Farias, Vanderli Farias, Vandinho Carvalho, Vilma Borges, Vilma Maia, Violeta Formiga, Violeta Ribeiro (Viola), Vitor Leonard,Vladimir Brito,Vladimir Dantas, Waldemar Solha, Waldomiro, Walter Galvão,Washington Rocha, Wilma Mendonça, Wilson Aragão, Zé Euflávio, Zé Filho (Guru), Zé Mário, Zé Marques, Zé Ricardo, Zênia Chaves, Zenito, Zequinha, Zuleide e o agora Rei Ricardo Coutinho... E muitos mais. Obrigação de lembrar. Com a benção de Don Pelé, Padre Luiz Couto, Padre Luiz Zadra, Mãe Renilda.   Frei Anastácio, Don Marcelo Cavalheira, Vanderlei Caixe e Irmã Marlene, e de Marx, lutaram pela liberdade e pela democracia, que permitiu a Joaquim Barbosa a sua indicação ao Supremo, na cota de Lula. Nenhuma obrigação de saber. Apenas a de defender a Constituição. Deve curtir Zé Ramalho. Ou Lobão, que agora é da banda. Algumas coincidências, não nas contribuições e importância de cada um: Johnson continuará a ser lembrado e reverenciado como um dos mais importantes da música americana.   A cidade de Clarksdale também. São milhares do mundo em direção à Encruzilhada. Joaquim trabalha e sonha na outra: Praça dos Três Poderes. É lá que se encontram representadas as camadas dominantes mais retrógadas e reacionárias das Américas. É com elas que Joaquim fez o pacto. Rasgou a Constituição para condenar sem provas. Joaquim começa por J, mas nunca será Johnson. Joaquim no Supremo, toca de costas para a Constituição, esconde provas: Auditorias, Laudos e as “notas” da utilização das verbas privadas da Visanet.   Joaquim, Gilmar Mendes na tira-colo, será muito lembrado agora e pelas novas gerações, como o presidente da mais alta Corte de Justiça do país, em pleno regime democrático, pela quebra da legalidade constitucional. Joaquim fez um acordo com os setores mais reacionários das camadas dominantes para destruir o PT. Não foi no Mississipi empoeirado, ao som do blues. Provavelmente, em Brasília, à meia noite.   E na Encruzilhada dos Três Poderes, nós que defendemos a liberdade, ao som do blues, a legalidade vai prevalecer no Supremo. A sociedade brasileira vai aguentar as pontas. A democracia agradece.


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